segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Céu e Inferno

Olá a todos, vou postar aqui uma estória que eu sempre lembro e que é uma grande verdade...


Conta-se que um dia um samurai, grande e forte, conhecido pela sua índole violenta foi procurar um sábio monge em busca de respostas para suas dúvidas.



- Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o céu e o inferno.



O monge, de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e,simulando desprezo, lhe disse:


- Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo. Seu mau cheiro é insuportável.


- Ademais, a lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha para a sua classe. O samurai ficou enfurecido. O sangue lhe subiu ao rosto e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva. Empunhou a espada,ergueu-a sobre a cabeça... e se preparou para decapitar o monge.



- "Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente.

O samurai ficou imóvel. A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara. Afinal, arriscou a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno.



O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento.


O velho sábio continuou em silêncio.

Passado algum tempo o samurai, já com a intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz.



Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou:


- "Aí começa o céu".

 

Para nós, resta a importante lição sobre o céu e o inferno que podemos construir na própria intimidade. Tanto o céu quanto o inferno, são estados de alma que nós próprios elegemos no nosso dia-a-dia.




A cada instante somos convidados a tomar decisões que definirão o início do céu ou o começo do inferno.



É como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível, onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros.


Diante de uma situação inesperada, podemos abri-la e lançar mão de qualquer objeto do seu interior.


Assim, quando alguém nos ofende, podemos erguer o martelo da ira ou usar o bálsamo da tolerância.


Visitados pela calúnia, podemos usar o machado do revide ou a gaze da autoconfiança.


Quando injúria bater em nossa porta, podemos usar o aguilhão da vingança ou o óleo do perdão.


Diante da enfermidade inesperada, podemos lançar mão do ácido dissolvente da revolta ou empunhar o escudo da fé.


Ante a partida de um ente caro, nos braços da morte inevitável, podemos optar pelo punhal do desespero ou pela chave da aceitação.


Enfim, surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situações, poderemos sempre optar por abrir abismos de incompreensão ou estender a ponte do diálogo que nos possibilite uma solução feliz.



A decisão depende sempre de nós mesmos. Somente da nossa vontade dependerá o nosso estado íntimo.
 
Portanto, criar céus ou infernos, portas lá dentro da nossa alma, é algo que ninguém poderá fazer por nós.



Pense nisso!


Sua vontade é soberana.



Sua intimidade é um santuário do qual só você possui a chave.


Preservá-la das investidas das sombras e abri-la para que o sol possa iluminá-la só depende de você.





Pense nisso!
 

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