A sigla “TI” significa “Tecnologia da Informação”,
que pode ser definida como o
conjunto de todas as atividades e soluções
providas por recursos de computação.
Assim como outras atividades humanas, a TI provoca
impactos no meio ambiente sendo
tanto pela demanda de energia elétrica quanto
pelos materiais utilizados na fabricação do hardware e o seu descarte.
O TI verde
pode ser considerado uma prática sustentável de produção, gerenciamento e descarte correto de
equipamentos eletrônicos, bem como economia de energia elétrica.
Neste contexto, existem empresas que adotam as
ações de TI Verde suportando os negócios e outras que oferecem as soluções.
Assim, os conceitos de sustentabilidade e
desenvolvimento econômico são recorrentes e se inserem em todos os segmentos da
sociedade. Com a participação ou ativa ou como expectador das mudanças, todos
participam direta ou indiretamente das ações que podem ser nomeadas como TI Verde.
Neste sentido, o mundo corporativo começa a adotar
e, principalmente, criar ações para atender as necessidades de um negócio
sustentável. Um exemplo é o Índice de Sustentabilidade Empresarial, criado como
uma ferramenta de análise comparativa de empresas sob o aspecto da sustentabilidade
corporativa com base na eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça
social e governança corporativa que impulsionam a adoção de diversas ações e a
TI verde é uma delas. As empresas com os melhores índices, possuem vantagens
econômicas como facilidade de créditos e uma melhor imagem frente à sociedade,
impulsionando as ações de marketing.
A TI Verde agora é essencial e faz parte do
planejamento das empresas, segundo os próprios executivos de TI. Os dados
revelam que 45% dos executivos entrevistados mostram que existem iniciativas em
termos de TI Verde implementadas, principalmente para a redução do consumo
energético e custos de resfriamento de equipamentos.
A importância para os negócios, sociedade e futuro
do planeta faz com que a TI Verde ganhe cada vez mais espaço e destaque para a
comunidade técnica (profissionais de TI) que, através de pesquisa e
desenvolvimento, atuarão diretamente no sucesso e na inovação tecnológica que
auxilie o desenvolvimento sustentável.
As práticas
de TI Verde podem ser divididas em três, TI verde de incrementação tática,
estratégica e deep TI (a fundo).
Na incrementação tática não modifica-se a
infra-estrutura e nem as políticas internas, apenas incorpora medidas de
contenção de gastos elétricos excessivos como o uso de monitoramento automático de energia disponível
nos equipamentos, o desligamento dos mesmos
nos momentos de não-uso, a utilização de lâmpadas fluorescentes e a otimização
da temperatura das salas. Estas medidas são simples de serem implementadas e
não geram custos adicionais às empresas.
Na TI verde estratégica exige-se a convocação de
uma auditoria sobre a infra-estrutura de TI e seu uso relacionado ao
meio-ambiente, desenvolvendo e implementando novos meios viáveis de produção de
bens ou serviços de forma ecológica. Como a criação de uma nova infra-estrutura
na rede elétrica visando à sua maior eficiência e sistemas computacionais de menor
consumo elétrico (incluindo novas políticas internas e medidas de controle de
seus descartes). Além da preocupação com a retenção de gastos elétricos, o
marketing gerado pelas medidas adotadas pela marca é também levado em
consideração.
Já no TI verde a fundo ou deep TI, incorpora-se o
projeto e implementação estrutural de um parque tecnológico visando a
maximização do desempenho com o mínimo gasto
elétrico; isto inclui projetos de sistemas de
refrigeração, iluminação e disposição de
equipamentos no local com base nas duas primeiras
estruturas anteriores (o que demanda um custo muito maior que as duas
primeiras).
Um exemplo efetivo de práticas de TI Verde
Estratégico foi implementado pelo Banco
Real no Projeto Blade PC, aplicado em 2007: o
Banco substituiu 180 computadores
convencionais por 160 Blade PCs, equipamentos que
possibilitam ficar na mesa do usuário apenas o teclado, o mouse, o monitor e
uma pequena caixa responsável pela conexão destes periféricos com o Blade PC.
Como resultado, houve redução estimada de 62% da energia elétrica consumida pelos
computadores e 50% da energia consumida pelo ar condicionado utilizado na Mesa
de Operações; a economia estimada é de US$ 355 mil em 4 anos pela redução do
número de micros; a manutenção mais barata dos mesmos, o gerenciamento
centralizado e a facilidade de mudança de layout representam uma estimativa de
economia de US$ 300 mil em 4 anos, com isso vemos que a sustentabilidade abriga
também um grande conceito financeiro.
Temos como exemplo de Deep TI a empresa Google que
pratica ações que incluem desde o planejamento de seu datacenter à locomoção dos
funcionários com veículos híbridos e o consumo de energia alternativa como a
solar.
Dicas práticas de TI verde nas empresas
- Atualização de sistema
operacional e hardware: O desenvolvimento de projetos de atualização do parque
de estações de trabalho pelas empresas tanto em termos de hardware como
software são, hoje, os principais pontos de atuação que visam tanto a redução
do consumo energético quanto a redução das emissões de carbono;
- Virtualização de Servidores:
utilização de software que “emula” uma máquina virtual como um servidor físico,
criando assim, um ambiente isolado e independente da máquina “real”. Deste
modo, uma máquina física, dentro de sua capacidade de desempenho pode
“hospedar” diversas máquinas virtuais independentes.
- A utilização otimizada
dos equipamentos físicos fornece a manutenção da ocupação física na empresa
somada à expansão do desempenho, reduzindo assim custos e gastos com energia
que poderiam ser causadas pela aquisição de novos equipamentos como o aumento
do espaço necessário e a energia correspondente para a sua refrigeração. Em
termos de descarte de equipamentos, a virtualização auxilia na redução da
contaminação ambiental ao substituir os equipamentos físicos
com máquinas lógicas.
- A ação mais simples a
ser adotada pelo usuário comum é NÃO configurar o protetor de tela e desligar o
monitor nos momentos de não operação do mesmo. Isto deve se a consideração que
um computador ligado 1hora/dia consome 5kwh/mês, e que ao final de um ano,
emite 18 kg de CO2 no ambiente. Isto significa que reduzir uma hora do tempo de
operação do computador doméstico implica na redução da emissão de CO2
equivalente à emissão de um carro à gasolina percorrendo 120 km (fonte: AKATU,
2008).
Com a crescente expansão da TI Verde, as empresas
de pequeno e médio porte passaram a adotar tais medidas na busca pela
sustentabilidade com ganhos econômicos e ambientais, antes seguidas somente por
grandes empresas e corporações. Segundo pesquisas realizadas pela IBM, 66% das
empresas de médio porte do país já acompanham os seus consumos de energia e 70%
delas planejam ou já realizam atividades para reduzir o impacto ambiental.
O conceito de TI Verde cresce também na sociedade
mesmo que de forma inconsciente, já que a preocupação ambiental é assunto
recorrente no dia-a-dia de todos. O que falta, de fato, é a conscientização do
usuário doméstico de que a TI Verde também pode ser praticada em sua casa com
pequenas mudanças de comportamento e ações voltadas à redução da emissão de
CO2.
O e-lixo (ou lixo eletrônico) é um termo designado
para qualquer equipamento eletrônico que perdeu a sua vida útil e,
conseqüentemente, foi descartado; podemos citar como exemplos um desktop,
monitor, celular, dentre outros. Outra possível semântica para o e-lixo é para
todos os equipamentos eletrônicos que não atingem o seu propósito original, ou
seja, um produto que não consegue mais satisfazer as necessidades de seu dono.
É importante ressaltar também que o significado de lixo eletrônico não deve ser
confundido com o envio de publicidade via e-mail
denominado spam.
Os produtos eletrônicos possuem em sua estrutura
metais e compostos químicos como
mercúrio, chumbo, cádmio, dentre outros que podem
afetar diversas formas de vida - inclusive o ser humano - podendo causar dentre
diversos males, anemia, câncer, problemas nos rins, pulmões e afetar o sistema
nervoso e reprodutivo, podendo levar ao óbito.Para tal, existe uma série de
práticas que podem ser realizadas para o tratamento correto do e-lixo como o
descarte correto em institutos e organizações que podem tratá-lo sem que cause impactos
significativos ao meio ambiente, doá-lo quando em bom estado e com
possibilidades de uso a quem precise dos mesmos, e reduzir o consumismo
supérfluo de tendências.
A busca das empresas em reduzir os impactos
ambientais, promover economia de recursos e a inclusão digital impulsionaram o
mercado de trabalho para o profissional especializado em TI verde. Ao
vislumbrar essa nova carreira, a UNICID – Universidade Cidade de São Paulo
incluiu o tema na grade do curso tecnológico de Redes de computadores.
Segundo a instituição, o objetivo com essa
iniciativa é preparar o aluno para atuar nessa função, que leva ao mundo
tecnológico a responsabilidade socioambiental. De acordo com Anselmo Lucas,
professor responsável pelo curso, os equipamentos de TI já são responsáveis por
2% das emissões de CO2 em todo o mundo, o que corresponde à
quantidade emitida por aviões existentes.
“Todos esses problemas são os grandes desafios das
empresas para os próximos anos, e o profissional especializado em TI Verde será
o responsável por promover economia no consumo de energia elétrica, o que trará
grandes benefícios financeiros às empresas”, explica Lucas.
Segundo Tatiana Vieco, coordenadora dos cursos de
graduação tecnológica da área de informática da universidade, a aposta da
instituição no curso trará boas repercussões no mundo acadêmico e no mercado de
trabalho. “Em tempos de crise econômica mundial, se não é possível aumentar as
vendas, o único caminho para se manter competitivo é reduzir as despesas. A TI
verde é uma forte aliada nesse sentido. Os nossos alunos terão, a partir de
agora, um diferencial extremamente importante na luta por uma vaga de destaque
no mercado de Tecnologia da Informação, afirma.
O tema será destinado, inicialmente, para alunos
do curso de Redes de Computadores, que tem duração de dois anos e meio, e,
posteriormente, se estenderá aos demais cursos da área de informática.