A presidente do Brasil discursos na Cúpula das Nações Unidas
para o desenvolvimento sustentável de 2015.
A
presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo (27), na Cúpula da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que o Brasil tem a meta de reduzir em
43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030. O ano base, segundo ela, é
2005.
Ela ainda disse
que outra meta é zerar desmatamento ilegal até 2030.
O que é muito pouco de trabalho efetivo nesse sentido, teremos que conviver com esse crime ambiental por muito tempo. O Brasil é o único país no mundo de renda média que convive com uma alta taxa de desmatamento e com muita ilegalidade.
E na entrevista coletiva que a presidente concedeu após
o discurso, se mostrou muito “desinformada” sobre a questão da energia solar,
citando que ainda não existe possibilidade de substituir boa parte da geração
da energia por hidrelétricas, será mesmo só desinformação ou os interesses
nocivos que já conhecemos ? (Resumo da entrevista no final do texto)
Para Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório
do Clima, o anúncio é uma indicação positiva, mas ainda com um grau de ambição
insuficiente. "Se comparar com outros países que são grandes emissores, o
Brasil é um dos que está se propondo a fazer mais. Mas se comparar com o que o
país tem de potencial de redução de emissões, com a nossa responsabilidade e
com a urgência, poderíamos ser mais ambiciosos", afirmou.
Levando em conta que o total de emissões em 2005 foi de 2,03 bilhões de
toneladas de CO2 equivalente, a meta representaria emitir 1,28 bilhões de
toneladas em 2025 e 1,15 bilhões de toneladas em 2030.
Combate ao desmatamento
A presidente também detalhou metas do país no combate ao desmatamento e no reflorestamento de áreas degradadas.
"Até 2020, o Brasil pretende: primeiro, o fim do
desmatamento ilegal no país. Segundo, a restauração e o reflorestamento de 12
milhões de hectares. Terceiro, a recuperação de 15 milhões de hectares de
pastagens degradas. Quarto, a integração de 5 milhões de hectares de
lavoura-pecuária-floresta", disse a presidente.
Para Rittl, limitar a meta ao fim do desmatamento ilegal
é um ponto preocupante do anúncio. "Significa que teremos que conviver com
esse crime ambiental por muito tempo. O Brasil é o único país no mundo de renda
média que convive com uma alta taxa de desmatamento e com muita
ilegalidade."
Ele lembra que 15 estados brasileiros que tem Mata
Atlântica se comprometeram a zerar o desmatamento ilegal em 2018, muito antes
do que o governo federal se propõe a fazer no âmbito nacional.
Fontes renováveis
No discurso, Dilma citou também metas do Brasil para a área de energia. Um dos objetivos, segundo ela, é estabelecer um limite de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética.
"Na área de energia, também temos objetivos
ambiciosos. Primeiro, a garantia de 45% de fontes renováveis no total da matriz
energética [...] Segundo, a participação de 66% da fonte hídrica na geração de
eletricidade. Terceiro, a participação de 23% das fontes renováveis, eólica,
solar e biomassa, na geração de energia elétrica. Quarto, o aumento de cerca de
10% na eficiência elétrica.Quinto, a participação de 16% de etanol carburante e
demais fontes derivadas da cana-de-açúcar no total da matriz energética",
detalhou a presidente.
"As adaptações necessárias frente à mudança do
clima estão sendo acompanhadas por transformações importantes nas áreas de uso
da terra e florestas, agropecuária, energia, padrões de produção e
consumo", continuou Dilma. "O Brasil assim contribui decisivamente
para que o mundo possa atender às recomendações do painel de mudança do clima,
que estabelece limite máximo de 2°C de aumento de temperatura neste nosso
século", concluiu a presidente.
Hidrelétricas
Após o discurso, a presidente deu entrevista coletiva para explicar as metas do Brasil para o meio ambiente. Ao ser questionada sobre problemas na construção das hidrelétricas de Belo Monte e de entraves para o leilão da usina de São Luiz do Tapajós, que enfrenta resistência de povos indígena, Dilma disse que o Brasil não está pronto "ainda" para abrir mão da energia de hidrelétricas. Ela admitiu falhas, mas enfatizou que elas não farão o governo desistir de conciliar geração de energia com preservação ambiental.
Após o discurso, a presidente deu entrevista coletiva para explicar as metas do Brasil para o meio ambiente. Ao ser questionada sobre problemas na construção das hidrelétricas de Belo Monte e de entraves para o leilão da usina de São Luiz do Tapajós, que enfrenta resistência de povos indígena, Dilma disse que o Brasil não está pronto "ainda" para abrir mão da energia de hidrelétricas. Ela admitiu falhas, mas enfatizou que elas não farão o governo desistir de conciliar geração de energia com preservação ambiental.
“O Brasil não pode abrir mão da hidreletricidade ainda.
Ele abrirá quando ele ocupar o potencial que ele tem para ocupar. Ele terá de
abrir e aí nós estaremos diante dos mesmos desafios que os países desenvolvidos
estão, colocar o que no lugar? Tem gente que coloca no lugar as fontes físseis
[como as de material nuclear]. Eu espero que até lá tenham desenvolvido mais
tanto a solar quanto a eólica”, disse a presidente.
"Nós temos feito um imenso esforço para
compatibilizar a geração de energia com a preservação ambiental. Tem
falha? Ah, não tenha dúvida que tem, mas o fato de ter falhas não
significa que a gente vai destruir esse processo, pelo contrário, a gente tem
de reconhecê-las e melhorar. Agora, não se iluda, tem falhas em qualquer
construção de qualquer projeto", concluiu Dilma.