A capital da Suécia, Estocolmo, foi eleita a
primeira Capital Verde Européia em 2010, no âmbito do projeto "Capital
Verde Européia" (Green Capital Awards) promovido pela Comissão Europeia
com o objetivo de distinguir anualmente uma cidade européia pelo seu desempenho
ambiental e sensibilizar todos os países europeus para as iniciativas tomadas
por outras cidades.
Neste âmbito surge o título de Capital Verde Européia, uma iniciativa UE que visa promover e recompensar o papel das autoridades locais que se destaquem pelo seu nível de exigência nas medidas implementadas para a proteção do ambiente e que se comprometam a alcançar objetivos ambiciosos que visem o desenvolvimento sustentável, e deste modo, possam servir de exemplo e inspiração a outras localidades.
Em 2010, primeiro ano da iniciativa, cabe a Estocolmo o reconhecimento e a partilha de experiências que levaram a cidade a ser classificada como a Capital Verde Européia. Experiências estas que tem como linha de orientação a integração dos aspectos ambientais em todas as medidas tomadas pela administração e o reconhecimento que as cidades não são apenas compostas pelos edifícios, infra-estruturas e pessoas que nelas habitam, mas também pelo ambiente envolvente. De fato, é uma cidade com uma experiência que advém dos meados dos anos setenta do século XX, quando foi implementado o primeiro programa ambiental de Estocolmo.
A capital sueca, conhecida como “a Veneza do Norte”, está localizada na costa do Mar Báltico. Dez por cento da superfície urbana é a água, e os muitos lagos e canais são altamente valorizados para fins recreativos.
Neste sentido, em 2006, a Câmara Municipal aprovou um plano de proteção da água que estabelece normas para a água mais limpa e métodos através dos quais isso poderia ser conseguido. A meta é que até 2015 toda a água e em torno de Estocolmo satisfaça os requisitos estipulados pela diretiva europeia da água e ao mesmo tempo preservar o valor recreativo dos recursos hídricos.
95% da população de Estocolmo vive a menos de 300 metros de uma zona verde. Este aspecto aumenta a qualidade de vida e a ocupação de tempos livres localmente, através da prática de atividades ao ar livre como a natação, a canoagem, o jogging, por exemplo.
A existência destas zonas verdes contribui ainda para a purificação da água dos lagos e canais, a diminuição do ruído, a captação de C02, o aumento da biodiversidade e a ecologia.
No perímetro da cidade existem ainda 24 praias onde os habitantes de Estocolmo podem banhar-se durante os meses de Verão.
Estocolmo tem pouco menos de 800 000 habitantes, mas com previsão em aumentar rapidamente. A visão holística da Câmara Municipal combina este crescimento com o desenvolvimento sustentável e inclui o objetivo ambicioso de se tornar independente dos combustíveis fósseis até 2050.
A cidade está firmemente decidida a reduzir as suas emissões de carbono. De fato, a quantidade de gases com efeito de estufa emitida por habitante, em Estocolmo, diminuiu em 25% desde 1990, e é 50% inferior à média sueca.
Para este fato é de salientar a utilização generalizada e frequente por 77% da população de uma rede de transportes públicos eficiente, confiável e funcional que, adicionalmente, possui emissões relativamente baixas, dado que o ônibus, o metrô e os automóveis do centro da cidade utilizam combustíveis renováveis (biogás proveniente do tratamento de águas resíduos e resíduos orgânicos) ou energia provenientes de fontes renováveis.
Estocolmo possui ainda 760 km de ciclovias, isso mesmo, uma cidade com 800 000 habitantes e São Paulo com 9 milhões de habitantes tem aproximadamente 80 Kms de ciclovias. Com perspectiva de aumentar, responsáveis pelo aumento em 75% dos ciclistas durante a última década.
Existe ainda a aplicação de pedágios aos veículos para evitar os congestionamentos no centro da cidade durante o dia. O imposto permitiu reduzir o tráfego em 20%, diminuir as emissões em 10-14% (cerca de 30 000 toneladas de CO2) e, consequentemente, aumentar a qualidade do ar entre 2% e 10%.
Numa cidade do norte da Europa, o aquecimento é um aspecto de grande peso na qualidade de vida das populações e no ambiente, pelo que cerca de 69% das habitações estão ligadas à rede de aquecimento urbana que por sua vez é produzida em 70% por fontes de energia renováveis.
As novas áreas residências em construção na cidade possuem altos padrões ambientais. Um destes projetos, a Stockholm Royal Seaport, é um empreendimento modelo de planificação urbana sustentável, em construção numa zona de terrenos industriais abandonados, que prevê estar totalmente livre de combustíveis fosseis em 2030. É um projeto onde serão desenvolvidas, ensaiadas e apresentadas tecnologias ambientais inovadoras e soluções criativas, que visa converter-se numa referencia mundial de desenvolvimento urbano sustentável.
A cidade dispõe ainda de um excelente sistema de tratamento de resíduos que utiliza métodos inovadores como o transporte por vácuo dos resíduos sólidos.
Dos resíduos produzidos, cerca de 25% é encaminhada para a reciclagem, 73,5% é recuperada para o aquecimento urbano através da incineração e 1,5% recebe tratamento biológico.
Um grande exemplo a ser seguido...