Em reconhecimento da versatilidade do bambu, a ilha de Bali na
Indonésia, o tornou um emblema da construção sustentável, substituindo
edifícios de concreto e aço com alternativas mais verdes.
Um escola inteira, um condomínio de luxo e até uma fábrica de
chocolate são as últimas estruturas a se erguerem a partir de esqueletos de
bambu. A fábrica, que abriu no ano passado e produz chocolate em pó e manteiga
de cacau orgânicos, foi erguida no vilarejo de Sibang Kaja, entre a
capital da ilha, Denpasar, e as florestas de Ubud. Com 2.550 metros quadrados,
é provavelmente o maior edifício de bambú do mundo.
“O bambu é imbatível como material de construção sustentável. O
que ele pode fazer é impressionante,” diz Ben Ripple, co-fundador da Big Tree
Farms, a fábrica de chocolate. “Cresce muito mais rápido que madeira e não
destrói a terra na qual cresce. Nossa fábrica pode ser desmontada e mudada de
local em dias, e se um dia decidirmos fechá-la, não estaremos prejudicando os
campos de arroz no entorno.”
Projetos ambiciosos de bambu como os dele são construídos em Bali
em sua maior parte por estrangeiros com consciência ecológica. O exemplo faz
todo sentido. Estudos mostram que a construção é um dos setores menos
sustentáveis no mundo, engolindo quase metade dos recursos não renováveis do
planeta. Mas a construção sustentável lentamente finca suas raízes.
Na escola de Sibang, 240 alunos, a maior parte deles filhos de
expatriados, aprendem em salas semi-abertas com mobiliário de bambu. Ela abriu
em 2008 e serviu como inspiração de outros dois projetos. Tem 25 construcões, o
principal deles uma estrutura inclinada com 2.500 varas. “Em Hong Kong e na
China, estão fazendo novos arranha-céus de concreto e vidro usando andaimes de
bambu. Mas aqui, os trabalhadores usam andaimes de aço para fazer prédios de
bambú. Isto sempre me pareceu engracado,” diz o diretor da escola, Ben Macrory,
que veio de Nova York. “Na maior parte da Ásia, o bambu é visto como a
madeira dos pobres.” Isso não acontece com as casas elegantes de bambú de
Sibang, que valem entre U$ 350.000 e U$ 700.000 cada.
Uma das razões de o bambu ser tão ecoamigável
é a velocidade com que cresce, de acordo com Terry Sunderland, cientista do
Centro Internacional de Pesquisa Florestal na Indonésia. “Na China, o eucalipto
pode crescer de três a quatro metros por ano, o que é impressionante para
madeira. Mas o bambu de qualidade para construção pode crescer entre 6 e 10
metros no mesmo tempo,”
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