Nos últimos anos, a principal preocupação das corporações em relação às mudanças climáticas estava relacionada à mitigação - esforços para reduzir a quantidade de emissões produzidas pelos ativos sob sua gestão (como por exemplo centrais elétricas, edifícios, veículos, agricultura entre outras fontes).
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A diversidade de cenários projetados por organismos internacionais de pesquisa sobre os impactos das mudanças climáticas, no entanto, tem demonstrado que seus efeitos podem se tornar riscos diretos para as empresas, especialmente para aquelas que operam em regiões vulneráveis ou em setores intensivos no uso de combustíveis de origem fóssil.
O 5º relatório de avaliação (Fifth Assessment Report - AR5) publicado pelo IPCC em 2014 revela que as mudanças climáticas já são uma problemática atual. Segundo o documento, combinando dados de oceanos e superfície terrestre, a média global de temperatura mostra um aquecimento de 0,85°C no período de 1880 a 2012. Esta variação, apesar de aparentemente tímida, já é suficiente para provocar diversas mudanças no sistema climático, como o aumento do nível do mar, que entre 1901 e ‘2010 apresentou elevação de 0,19 metros.
De acordo com o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, algumas regiões do Brasil poderão apresentar alterações na temperatura e nos níveis de precipitação com o aquecimento global. Os modelos climáticos regionais apontam riscos de savanização de parte da Amazônia, chuvas intensas e inundações nas áreas costeiras e urbanas das regiões Sul e Sudeste, além de reduções significativas do potencial de geração hidrelétrica nas regiões Norte, Centro- Oeste e Nordeste.
Neste sentido, no Programa de Mudanças Climáticas Carbon Disclosure Project (CDP, 2014), 83% das empresas brasileiras relataram a identificação de algum tipo de risco relacionado às mudanças do clima. Apesar disso, a incorporação dos riscos climáticos na gestão empresarial ainda é um desafio, principalmente devido às incertezas das projeções futuras e à natureza de longo prazo dos cenários. Soma-se a isso o fato de que estudos científicos correlacionando mudanças climáticas e seus impactos na indústria são incipientes no país.
A resposta das organizações sobre os efeitos das mudanças climáticas nos seus negócios requer uma estratégia robusta de gestão de riscos. Com este intuito, o presente estudo visa contribuir para a incorporação do fator “clima” no planejamento estratégico das empresas, em especial no processo de gestão de riscos, introduzindo os principais conceitos do tema, identificando a forma de inserir esta variável nos modelos de gestão existentes, assim como apresentando os tipos de ações de adaptação e as oportunidades que elas representam.
Trecho tirado do E-book “Riscos climáticos: Como o setor Empresarial está se adaptando ?” Cebds.
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