sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Leia a reportagem abaixo e reflita sobre o seu lixo.

É, como disse o velho chefe Seattle, parece que o homem branco não ensinou aos seus filhos a cuidarem da Terra e que ela é a nossa mãe.
É duro como ser humano saber que nós mesmos estamos fazendo isso.


UM OCEANO DE PLÁSTICO

Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.

No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.

A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.

Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.
E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

Fontes: The Independent, Greenpeace e MindfullyVer essas coisas sempre servem para que nós repensemos nossos valores e principalmente nosso papel frente ao ambiente em que vivemos..

Antes de Reciclar, reduza!









Foi durante uma alegre competição de barco a vela que o oceanógrafo americano Charles Moore se deparou com algo trágico: um gigantesco depósito de lixo em pleno mar. "Fiquei impressionado, de repente estava no meio daquilo. Para onde eu olhava, via lixo", diz ele. A 500 milhas náuticas (cerca de 920 quilômetros) da costa da Califórnia, no oeste dos EUA, esse depósito estava e ainda está lá. A primeira e mais importante questão é saber como essa mancha se formou e cresceu. A primeira e mais importante resposta, impressionante e assustadora, é que a grande sujeira que muitas vezes se tenta esconder debaixo do imenso tapete de mar é fruto da falta de consciência ambiental - um dia ela aparece e bóia, um dia a atitude predatória vem à tona, ainda que seja em meio a uma tranqüila regata. "Toda vez que eu ia ao deque via coisas boiando. Como nós conseguimos sujar uma área tão enorme?", pergunta Moore. O especialista que passou anos em seu barco estudando essa área (do Havaí até quase o Japão) revela que a mancha tem mais de dez anos. E suas proporções são assustadoras: "Ali existem cerca de 100 milhões de toneladas de detritos." A formação desse megaentulho, apelidado pelos especialistas de "sopa plástica", é atribuída a dois fatores combinados: ação humana e ação da natureza. Os pesquisadores contabilizam que um quinto dos resíduos foi jogado de navios ou plataformas petrolíferas, e inclui itens como bolas de futebol, caiaques, sacolas plásticas e restos de naufrágios. O restante veio da terra. No mar, esse lixo flutuante acabou se agrupando por influência das correntes marítimas. E então ficou vagando.


Ironia do destino, Charles Moore era herdeiro de uma família que fez fortuna com a indústria do petróleo, e o plástico que compõe a tal "sopa" é feito justamente a partir de petróleo - demora aproximadamente 300 anos para se decompor. Hoje, Moore vendeu o seu negócio e se tornou um ativista ambiental, criando nos EUA a Fundação de Pesquisa Marítima Algalita. O diretor de pesquisa dessa fundação, o ativista ecológico Marcus Eriksen, relata a impressão que teve quando viu pela primeira vez a imensa lixeira: "Parece uma ilha de lixo plástico sobre a qual se pode andar. É uma sopa de plástico, uma coisa sem fim que ocupa uma área que pode corresponder a até duas vezes o tamanho dos EUA." Pode ser que os milhões de toneladas tenham passado despercebidos pelas autoridades ambientais e sua tecnologia - translúcida, a mancha flutua rente à linha da água e, por isso, pode ser imperceptível aos satélites. Mas, de acordo com o Programa Ambiental da ONU, detritos de plástico constituem 90% de todo o lixo flutuante nos oceanos. Estima-se que 46 mil peças de plástico provoquem anualmente a morte de mais de um milhão de aves e de outros 100 mil mamíferos marinhos. Seringas, isqueiros e escovas já foram encontrados no estômago desses animais depois de mortos.



A gravidade do problema soou como um alarme aos ouvidos de especialistas de todo o mundo. O oceanógrafo David Karl, da Universidade do Havaí, pretende coordenar uma expedição para estudar o problema ainda este ano, pois acredita que esse lixo no Pacífico já formou um novo habitat marinho. Tão cedo, porém, essa situação não será resolvida. A área, conhecida como "giro Pacífico norte", é um local onde o oceano é calmo devido aos poucos ventos e aos sistemas de pressão extremamente altos. Essas condições naturais estariam "segurando a sujeira". "Da mesma forma que ela está presa naquele redemoinho, a sociedade está presa a maus costumes", diz Moore. E com razão: até pesquisadores da Agência Espacial Americana (Nasa) e de agências russas estão acostumados a despejar toneladas de resíduos de suas espaçonaves no oceano Pacífico. A nave russa Progress M-59, por exemplo, teve seus fragmentos carbonizados e lançados ao mar - uma tonelada de lixo. Em forma de chuva de metal incandescente, os destroços caíram em uma zona entre a Oceania e as Américas (a mesma região da sopa) e, assim, o caldo de trambolhos e quinquilharias foi ganhando proporções cada vez maiores.

A fiscalização para evitar agressões ao meio ambiente em geral costuma ser fraca, e mais inoperante ainda é a fiscalização que deveria proteger o ambiente marinho - a absurda sopa de lixo no Pacífico comprova esse fato. Convenções internacionais determinam que todas as embarcações devem manter em recipientes adequados os seus resíduos produzidos a bordo, sendo proibido (e passível de multa) o seu descarte no mar - a Marinha brasileira estabelece punições pecuniárias que vão de R$ 7 mil a R$ 50 milhões. Uma vez boiando nos oceanos, no entanto, esses resíduos passam a ser sujeira sem dono - como ponta de cigarro na rua. Ainda que se saiba a sua procedência, é impossível responsabilizar culpados. Por isso a fiscalização é teórica e ineficaz, por isso formam-se lixões como o do Pacífico, por isso a humanidade, feito suicida, emporcalha aquilo que é a principal condição biológica para a sua sobrevivência - a água.
Fonte: ISTO É
Reportagem: LUCIANA SGARBI

Vamos começar a ter conciência...






Segue o vídeo abaixo de uma reportagem do fantástico sobre essa situação. A reportagem ficou muito boa.

Um comentário:

  1. Soluções para todo o tipo de lixo já foram craidas no mundo todo. O que falta agora é o insentivo do Homen e do Governo a mudar essa situação!

    E-mail: murilo_fonseca_@hotmail.com

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