domingo, 13 de setembro de 2009

CONSUMO CONSCIENTE





O vídeo "A história das coisas" explica bem essa tema também, que foi postado nesse tópico aqui:


http://blogecovida.blogspot.com/2009/08/aquecimento-global-uma-questao-de.html




A máxima de que para alcançar o desenvolvimento seria preciso promover o crescimento econômico movimentou empresas, mobilizou governos e incentivou pessoas no mundo todo: consumir significava participar do desenvolvimento. As primeiras preocupações relativas à pressão de demanda sobre recursos naturais vieram de correntes que viam no crescimento populacional a principal ameaça ao meio ambiente.


Atribuindo à bomba populacional o status de principal problema a ser equacionado, alguns economistas e teóricos propuseram a adoção de medidas de controle populacional como a principal saída para aliviar os riscos de escassez de alimento, de território, de água e suas desastrosas consequências para toda a humanidade. É nesta linha que Malthus, bem como os neomalthusianos, trabalharam.
Em Beyond the Limits, Donella Meadows, Dennis Meadows e Jorgen Randers publicaram simulações que levaram a previsões pessimistas quanto ao acesso a alimentos, derivando em uma proposta de crescimento zero, duramente criticada por países em desenvolvimento.
Sem menosprezar a relevância do planejamento familiar no mundo todo ou as contribuições do relatório do Clube de Roma em 1972, vale ressaltar que as principais ameaças vindas do excesso de consumo estão longe de ter relação com as áreas de maior crescimento populacional. As principais ameaças à saúde do ambiente vêm de um modelo de produção que não considera a capacidade de suporte da natureza e do consumo inconsciente.
Se os padrões de consumo hoje observados mantiverem-se pelos próximos 50 anos, precisaremos de mais um planeta para satisfazer as necessidades de todos os habitantes - e evidentemente, temos somente um.


O consumo foi intensamente estimulado como mola propulsora do crescimento econômico, o que deu origem a uma corrida sem precedentes à aquisição de bens, especialmente os não duráveis.
Gerou-se com isso uma exploração ameaçadora de recursos naturais e a geração de toneladas de resíduos todos os anos.
A capacidade regenerativa da Terra já não consegue acompanhar o consumo humano e a produção de resíduos. Os hábitos globais de consumo hoje superam em 30% a capacidade de reposição do planeta, ou seja, atualmente ele precisa de um ano e quatro meses para regenerar aquilo que usamos em um ano.


O consumo pode favorecer o bem estar até certo nível, mas não deve ser confundido com felicidade ou realização pessoal. Por exemplo, a valorização do indivíduo potencial, jovem, atualizado, eficiente, moderno e competitivo - modelo reforçado por um grande número de organizações - muitas vezes se confunde com a do individuo que vê na aquisição de equipamentos, especialmente os eletrônicos, um modo de manter-se competitivo na organização e no mercado, livrando-se do risco do estigma da obsolescência tão própria desse tipo de mercadoria.


É preciso consumir diferente para garantir a sobrevivência humana. Os consumidores têm um papel decisivo para introduzir a agenda de sustentabilidade em muitas empresas no mundo. No Brasil, já se pode detectar uma tendência à valorização das práticas socioambientais das empresas para a decisão de consumo. A atividade de consumo, quando ponderada e crítica, funciona como um incentivo a formas de produção que incorporem as melhores práticas socioambientais para garantir o bem estar presente e futuro.
A sustentabilidade a longo prazo depende de uma mudança profunda na dinâmica atual da produção e do consumo. Será preciso que a sociedade de consumo, chamada por muitos de "civilização do ter", caminhe em direção a uma "civilização do ser", onde os fatores de estímulo e de emulação social estejam referidos não ao crescimento da capacidade de consumo, mas ao desenvolvimento de cada um em suas capacidades humanas.


Texto do site curso   www.bancoreal.com/sustentabilidade

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